quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SUÁSTICA

A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika (em Devanagari - स्वस्तिक), significando felicidade, prazer e boa sorte. A palavra tem sua primeira aparição nos clássicos épicos em sânscrito Ramayana e Mahabharata, a forma de literatura mais antiga da Índia, são textos sânscritos revelados que constituem o embasamento da tridição hindu, datando a sua formação do quarto milênio a.C. 
A imagem da cruz suástica é um dos amuletos mais antigos e universais, sendo utilizada desde o Período Neolítico. Foi também adotada por nativos americanos, em diversas culturas, sem qualquer interferência umas com as outras. A Cruz Suástica também é utilizada em diversas cerimônias civis e religiosas da Índia: muitos templos indianos, casamentos, festivais e celebrações são decorados com suásticas. O símbolo foi introduzido no Sudeste Asiático por reis hindus, e remanescentes desse período subsistem de forma integral no Hinduísmo balinês até os dias atuais, além de ser um símbolo bastante comum na Indonésia.
Na Antigüidade, a suástica foi usada largamente pelos indo-arianos, hititas, celtas e gregos, dentre outros. Em especial, a suástica era um símbolo sacro do hinduísmo, budismo e jainismo. Ela ocorre em outras culturas asiáticas, europeias, africanas e indígenas americanas - na maioria das vezes como elemento decorativo, eventualmente como símbolo religioso.
As primeiras formas similares à suástica estão conservadas em vasos cerâmicos datados de cerca de 4000 a.C., em antigas inscrições europeias, e como parte da escrita encontrada na região do Indo, de cerca de 3000 a.C., a qual as religiões posteriores (hinduísmo, budismo) passaram a usar como um de seus símbolos.

Estas descobertas e a grande popularidade do símbolo suástico levaram a um desejo de emprestar-se um significado para ele. Na Escandinávia e Alemanha, regiões onde exemplares antigos foram encontrados, o símbolo ganhou o significado de boa-sorte, tal como na tradição indo-iraniana.

O uso do símbolo no ocidente, junto às significações religiosas e culturais que lhe emprestaram, foi corrompido no começo do século XX, quando foi adotado pelo Partido Nazista. Isto ocorreu porque os nazistas declaravam que os arianos eram os antepassados do povo alemão moderno e propuseram, por causa disto, que a subordinação do mundo à Alemanha fosse algo imperativo, e até mesmo predestinado.
A suástica então tornou-se um símbolo conveniente, de forma geométrica simples e ao mesmo tempo marcante, a enfatizar este mito ariano-alemão, insuflando o orgulho racial. Desde a II Guerra Mundial a maior parte do mundo ocidental tem a suástica apenas como um símbolo nazista, levando a equivocadas interpretações de seu uso no Oriente, além de confusão quanto ao seu papel sagrado e histórico em outras culturas.

Ainda que, pela história do Tantra do período pré-clássico da Índia, de mais de 5000 anos, onde o termo Tantra significa "aquilo que esparge o conhecimento"; a Índia era habitada pelo povo drávida, cuja a sociedade e cultura eram matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Quando os arianos invadiram a Índia há 3500 anos, escravizaram os drávidas e impuseram-lhes a cultura brahmacharya (patriarcal, anti-sensorial e repressora), proibindo-lhes exercer a cultura tântrica (matriarcal, sensorial e desrepressora) por ser oposta ao regime vigente. Quem praticasse o Tantra e reverenciasse a mulher, ou divindades femininas, seria acusado de subversão e traição, seria perseguido, preso e torturado até a morte. Desta forma o Tantra se tornou uma tradição secreta.

Hinduísmo


A Suástica é encontrada em templos hindus, símbolos, altares, quadros e na iconografia sagrada que há por toda parte. É usada em todos os casamentos hindus, nos festivais, em cerimônias variadas, nas casas e portões, em roupas e jóias, meios de transporte e até mesmo como elemento decorativo de pratos diversos, como bolos e massas.
É um dos 108 símbolos de Vishnu - e representa ali os raios do Sol, sem os quais não haveria vida.
Para o Hinduismo, os dois símbolos representam as duas formas do deus criador, Brahma: voltada para a direita, a cruz representa a evolução do Universo (ou Pravritti); para a esquerda, simboliza a involução do Universo (Nivritti). Também pode ser interpretado como representando as quatro direções (Norte, Leste, Sul e Oeste), com significado de estabilidade e solidez.
Usada como símbolo do Sol, pode ser interpretada primeiro como representação de Surya, o deus hindu do Sol.
A Suástica é considerada extremamente santa e auspiciosa por todos os hindus, e seu uso decorativo está presente em todos os tipos de artigos relativos à sua cultura.
No interior do subcontinente indiano pode ser visto nas laterais de templos, desenhada em inscrições dos túmulos, em muitos desenhos religiosos.
O deus Ganesh muitas vezes é feito sentado sobre uma flor de lótus, numa cama de suásticas.

Budismo



O Budismo foi fundado por um príncipe hindu e as duas formas da suástica são uma herança dessa cultura. O significando algo como "um grande número", "multiplicidade", "grande felicidade" ou "longevidade", mas o desenho 卐 (suástica virada à direita) é raramente usado. A suástica marca as fachadas de muitos templos budistas. As suásticas (qualquer das duas variantes) costumam ser desenhadas no peito de muitas esculturas de Buda, e frequentemente aparece ao pé da estatuária de Buda.
Em razão da associação da suástica voltada para a direita com o nazismo após a segunda metade do século XX, a suástica budista, fora da Índia, tem sido utilizada apenas na sua forma (卍 - virada para a esquerda).
Esta forma da suástica é comum, também, nas caixas de comida chinesa, indicando que a comida é vegetariana, e pode ser comida por budistas de princípios mais rígidos. Também é bordado com freqüência nos colarinhos das blusas das crianças chinesas, para os proteger de maus espíritos.

Fonte: territorio scuola - wikipedia

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