quinta-feira, 21 de junho de 2012

PRÁTICA DE ASANAS

OS PRINCÍPIOS DA PRÁTICA DE ASANAS
O propósito do yoga é trazer a união do corpo, da mente e da respiração, alcançando equilíbrio interno. Essa transformação pode acontecer através de uma meditação, de um estudo, e da prática de asanas.


O significado de asanas é postura, do sânscrito significa sentar; estabelecer-se numa determinada posição. Para se chegar numa postura, não basta fazer esforço, e não prestar atenção no corpo e na respiração. Patanjali descreve no Yoga Sutra que um asana deve ser Sthira e Sukha, onde Sthira é estável e atento, e Sukha, confortável. Portanto, um asana deve ser estável e confortável, assim se observa a respiração e a mente.


Caso contrário, entrar numa postura se resume em tensão, e a mente se distrai. Para se praticar asanas é preciso respeitar os limites do corpo e iniciar das posturas mais fáceis, para se criar flexibilidade no corpo. Não só corpo, mas respiração também. A respiração conta se estamos tensos, distraídos, com dor...


Observar o movimento com a respiração ajuda não só na flexibilidade, como também no fluxo da energia vital pelo corpo. É simplesmente, elevar braços na inspiração e baixar os braços na expiração, isto vai criar um ritmo entre respiração e movimento. E a mente sempre atenta e concentrada.


Levar em consideração que a respiração comanda o movimento e a duração da respiração determinará a velocidade do movimento. Respeitando que quando se contrai o corpo acontece à exalação e quando se expande o corpo acontece à inspiração. E para que não se torne o movimento e a respiração automático é indicado colocar uma breve pausa no fim de cada movimento, isso vai ajudar a mente permanecer atenta.


Para trazer qualidade á prática de yoga, devemos aprender a respiração entendendo o movimento do diafragma. Quando inspiramos profundamente o diafragma desce, expandindo a caixa torácica, fazendo as costelas subirem, isto endireita levemente a coluna nesta região. E ao exalar profundamente o diafragma sobe, e o ventre desce em direção à coluna, fazendo a coluna voltar à posição inicial. Portanto, na inspiração o ar preenche o peito depois o abdômen e, na expiração, desce o abdômen e depois a região peitoral. Isto traz um alongamento à coluna, deixando as costas eretas. Se respirarmos primeiro pelo abdômen e depois peitoral, o abdômen expande tanto que inibe a expansão peitoral, com isso a coluna não é estendida o suficiente, e ainda os órgãos abdominais são pressionados para baixo, não abrindo espaço para o movimento do diafragma.


Lembrando que a respiração deve ser profunda e longa, trazendo a sensação de bem-estar, o que pode ser controlada através da técnica Ujjayi, onde o som sai suavemente pelo estreitamento da garganta, o fechar da glote. Tal técnica traz uma maior concentração nos asanas, e permite uma maior observação do fluxo da respiração. Se este som não permanece suave, constante, e sereno é porque fomos além dos nossos limites dentro da prática.


Para revigorar e aprofundar a respiração pode-se colocar retenções após a inspiração e a expiração, sem perturbar o corpo, isto é, o tempo da retenção deve estar dentro da capacidade pulmonar de cada um. O que se deve obervar é quando inspiramos em 4 tempos, expiramos em 4 tempos, retemos o ar em 4 tempos e quando for inspirar, esta for rapidamente isto significa que a retenção não está correta, ela deve ser mudada. Essa observação constante do corpo, da respiração e da mente, isto é yoga.


Fonte: O Coração do Yoga. T.K.V. Desikachar.

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