terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CINTURA PÉLVICA

Na gênese da evolução a mudança de quadrúpede para bípede concede ao cérebro outra sustentação, permitindo o desenvolvimento evolutivo do humanóide. Essa modificação de posição reorganizou o músculo articular e desde então o homem vem tentando equilibrar-se sobre os dois pés, lutando contra a força de gravidade que o impele para o solo.


Nosso corpo possui um centro de equilíbrio em comunhão com a bacia, que apara, recebe, equilibra e redireciona as forças da gravidade. A pelve é uma estrutura ósteo articular que contém e protege os órgãos do sistema urinário e do trato digestivo, e na mulher, os órgãos de reprodução e os órgãos genitais.

NECESSIDADE DE USAR TODOS OS MÚSCULOS
Os músculos pélvicos são músculos fortes e reagem com força ao estresse. Ainda que os músculos mais poderosos do corpo são os glúteos, que tem a função de movimento. Se os músculos dos glúteos, abdominais, íleo psoas (que ligam a coluna média e a lombar ao osso da coxa), e os músculos da região lombar estiverem contraídos ou tensos, os quadris não estarão livres para efetuar movimentos, e se não houver movimentação a contração pode persistir por muito tempo. As dores lombares relacionadas com o estresse começam pela tensão dos músculos dos glúteos, forçando para baixo os músculos da região lombar, afetando a mobilidade do quadril. Só notaremos a presença de tensão quando ela já provocou um dano real. O importante é reconhecer a tensão e relaxar, liberando assim a pelve. O comportamento do músculo com o estresse ocorre quando um espasmo (contração súbita e involuntária dos músculos) bloqueia as veias dos músculos, cortando sua nutrição, desenvolve o ácido láctico (que é um mensageiro químico do cérebro), avisando que o músculo está estressado. Para soltar os quadris precisam-se soltar os músculos que o prendem.

PROMOVENDO A FLEXIBILIDADE DA ARTICULAÇÃO
As articulações dos quadris são chamadas de articulações esferoidais, pois o fêmur (osso da coxa) tem o topo arredondado, que se adapta de modo confortável na pele e no osso. Esse tipo de articulação permite todas as categorias de movimento: Mover o membro para o lado; mover o membro para longe do corpo ou em direção a ele; mover o membro para trás e para frente; fazer uma rotação com ele. Nem todas as articulações podem fazer isso. Com o trabalho do Yoga, os alongamentos suaves quebram o círculo do estresse, e da tensão muscular, permitindo a articulação efetuar toda a sua amplitude do movimento. É importante colocar nas práticas Asanas para aliviar a tensão nos glúteos, com um trabalho de consciência corporal, visando abertura, flexibilização da articulação do quadril e a descontração da região lombar e pélvica. 

ASANAS QUE PODEM APRIMORAR O TRABALHO DESTA REGIÃO
Gendra Namaskar – Saudação ao Gato; Catuspadasana; Pavanamuktasana Asana; EkaPadaRajaKapotasana; Variação do Shalabhasana; Variação de Virabhadrasana; Sethubandhasana; Mula Bandha; Paschimottanasana; Upavistha Konasana; Maha Mudra; Akarna Dhanurasana; Ardha Matsyendrasana; Kurmasana; Yoga Mudra; Jathara Parivritti (variações); Natarajasana; Badrasana; Consciência e relaxamento dos segmentos pélvicos.

Precisamos estar bem enraizados e focados no centro de gravidade na pelve, evitando o desequilíbrio. Pois quanto mais alto o centro de gravidade, maior o desequilíbrio, que pode ser provocado pelo alto grau de emoções negativas ou quando há irritação. 
A concentração e a centralização pélvica proporcionam um melhor controle das ações. Podendo, assim, alterar o estado emocional abandonando as emoções negativas, relaxando e entrando no estado de equilíbrio.

Fonte:
Artigo publicado no 1º Congresso Sul Brasileiro de Yoga, 2003 por Neusa Kutianski.
FERNANDES, Nida. Yoga uma Prática de Alongamento. 2ª ed. São Paulo: Ground, 2003.

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